sábado, 28 de abril de 2012

28 DE ABRIL: DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTES E DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO




O dia 28 de abril teve origem a partir da explosão de uma mina no estado da Virgínia, Estados Unidos, em 28 de abril de 1969, onde morreram 78 mineiros.
 O Dia em Memória das Vítimas dos Acidentes de Trabalho, 28 de Abril, teve origem no Canadá, em 1984, uma homenagem lançada por sindicatos e federações durante o Congresso do Trabalho. Oito anos depois, o Canadá foi o primeiro país a reconhecer e adotá-lo como data nacional, em 1991.
Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho – OIT conferiu credibilidade à iniciativa Canadense e adotou a data como Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho com o objetivo de mobilizar as instituições para a discussão sobre as condições dos ambientes de trabalho.
Desde então, a ONU, a Organização Mundial da Saúde e cerca de 80 países seguem anualmente a orientação da Organização Internacional do Trabalho - OIT neste sentido, por iniciativa de sindicatos, federações, confederações locais e internacionais.
Motivadas pelas iniciativas internacionais, várias entidades sindicais brasileiras passaram a realizar eventos e atos públicos para marcar o Dia 28 de Abril em diversas regiões do País, chamando a atenção para os altíssimos índices de doenças e acidentes nos ambientes de trabalho que traumatizam e prejudicam não só os trabalhadores diretamente atingidos, como também as famílias, as empresas, e toda a sociedade brasileira.
Em 2006, o governo brasileiro adotou oficialmente a data de 28 de Abril, para homenagear estas vítimas, mas também para alertar e impulsionar a sociedade sobre a necessidade de desenvolver formas de trabalho decente, preservando a vida e promovendo a saúde.
  • Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais, 22 mil são só crianças vítimas do trabalho infantil;
  • Todos os dias morrem, em média, 5 mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho;
  • Pelos dados da OMS, 1,3 milhões de pessoas se acidentam e provocam 190 milhões de casos de doenças do trabalho, comprometendo 4% do PIB Mundial.
Os dados de 2008 da Previdência Social mostram que o Brasil gastou R$ 46 bilhões com benefícios devido a acidentes e doenças do trabalho, aposentadorias especiais decorrentes das condições ambientais do trabalho, além de despesas operacionais do INSS e na área da saúde e afins. A maior parte do atendimento é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os benefícios por incapacidade vão para a conta do Ministério da Previdência Social. Ou seja, o Brasil paga a conta, é o dinheiro dos impostos que custeiam a falta de condições de trabalho nas empresas brasileiras.
A vida é muito valiosa. Uma boa qualidade de vida não tem preço e não consiste unicamente em limitar-se a estar vivo. Somente podemos alcançá-la com boa saúde física e mental e um bem estar social adequado.
Não podemos deixar nosso bem estar pelo mero fato de estarmos exercendo nossa atividade profissional. O que nos pagam por nosso trabalho não significa que devemos correr perigos e riscos que podem ser evitados. Todos têm o direito de construir um lugar seguro, saudável e feliz.
Neste dia devemos refletir em como podemos prevenir um acidente no local de trabalho ou evitar uma morte no exercício de uma profissão e que esta reflexão não deve ocorrer somente hoje ou nos dias 28 de abril, mas a cada dia. Todos e cada um de nós somos responsáveis por estas vidas e por estas mortes.

“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido.”  (DALAI LAMA)



Por Lucélia Silva

domingo, 15 de abril de 2012

Prática da ioga traz benefícios afetivos e cognitivos, aponta estudo brasileiro


foto: Clayton de Souza/AE
"O professor José Luiz Jabali Corradi e suas alunas: 'Cérebro ativado'"
Um estudo científico brasileiro mostrou que a ioga traz benefícios cognitivos e afetivos palpáveis para quem a pratica.
O trabalho, conduzido por pesquisadores do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), preenche uma lacuna nos estudos sobre o impacto neuropsicológico da ioga. A maioria carece de controles adequados que garantam o rigor ou a aplicação universal dos resultados (mais informações nesta página).
Diferentemente do que ocorreu nas outras pesquisas, desta vez os pesquisadores escolheram voluntários saudáveis que não praticavam ioga. Eles foram recrutados no Batalhão Visconde de Taunay, do Exército, em Natal (RN).
Os cientistas conseguiram autorização do coronel Odilon Mazzine Junior para realizar uma atividade atípica para o grupo de 17 soldados que participaram do estudo: ao longo de um semestre, eles praticaram uma hora de ioga, duas vezes por semana.
Outros 19 militares não participavam das aulas e serviram como grupo de controle. Isso é importante para que os resultados do grupo que praticou ioga possam ser comparados.
A bióloga Regina Helena da Silva, coordenadora do estudo, pratica ioga há cerca de uma década, mas nunca tinha colocado o exercício sob a lente da psicobiologia, sua área de pesquisa.
Animou-se, no entanto, quando o também biólogo Kliger Kissinger Fernandes Rocha pediu que ela o orientasse no doutorado. Rocha é professor de ioga e reconhecia as limitações dos estudos sobre o tema. Por isso, sugeriu abordá-lo em uma tese. O trabalho, publicado na revista científica Consciousness and Cognition, é fruto desse interesse.
Os militares foram avaliados no início e no fim do estudo. Foram aplicados testes de memória e formulários para averiguar o nível de estresse e outras condições psicológicas, bem como testes fisiológicos.
'Notamos uma melhora de 20% na memória de longo prazo nos militares que praticaram ioga', afirma Rocha. 'É um porcentual que indica um considerável ganho cognitivo.'
Ele recorda que também houve uma diminuição no nível de estresse. 'O cortisol (hormônio associado ao problema) presente na saliva diminuiu 50% no grupo da ioga', recorda o pesquisador, que aos 14 anos recebeu indicação médica para praticar ioga com a finalidade de atenuar as raízes psicológicas de uma gastrite nervosa.
Como não houve alterações significativas no grupo de controle, os pesquisadores descartam a atribuição da melhora aos exercícios físicos. Isso porque o grupo de controle realizava até mais exercícios do que o que se dedicou à pratica da ioga.
Mistério. Os cientistas afirmam que os mecanismos neurofisiológicos responsáveis pela melhora cognitiva e afetiva ainda são desconhecidos.
'Trabalhamos com a hipótese de que a meditação na ioga melhora a capacidade de concentração', explica Regina. 'Contudo, a diminuição do estresse também poderia explicar a melhora dos resultados nos testes que avaliaram a memória.'
Fonte: O ESTADÃO - Por Alexandre Gonçalves, Mariana Lenharo, Jornal da Tarde, estadao.com.br, Atualizado: 15/4/2012 3:06


Por Erialdo